segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Crônica



Mais homens de laboratório




Na tentativa de aperfeiçoar ainda mais o ser humano, resolvi fazer novas experiências de laboratório e comecei a misturar o DNA de homens com o de alguns animais.Certas qualidades específicas só podem ser encontradas nos bichos. São atributos testados à exaustão através dos séculos, portanto sem contra-indicações. E se funcionam neles, devem funcionar na gente.




Imagine um homem com asas de águia ou com a força de um touro. Imagine um sujeito com o apetite sexual dos coelhos.




Sei que minha idéia não é original. Já correram na frente. É o caso do homem-aranha. Todo mundo viu no cinema que o cara ficou fabuloso. É um bom projeto. Fora a fantasia, que achei de mau gosto. Mas sem dúvida ficou um ser superior, capaz de proezas incríveis, como beijar de cabeça pra baixo.




Outra mistura que faz bastante sucesso é o homem-morcego. Batman é um milionário que, na falta do que fazer, combate o crime vestido de vampiro do bem. Tinha tudo pra dar errado, mas funciona. Talvez o segredo seja esse modelo de Drácula politicamente correto. Musculoso, bonitão e sem caninos afiados.




A mulher-gato é uma gata, quer dizer, é uma mulher linda. Manhosa como os felinos e cheia de ronronares insinuantes. Mais uma que seduziu o público e foi parar em Hollywood.




Já o lobisomem não deu certo, virou um monstro. Também pudera, é feio, peludo e pelo que dizem tem desvio de comportamento. A Disney ainda tentou resgatar o projeto através de Mogli, o menino-lobo, mas ninguém garante que o guri, quando crescer, não vai querer sangue.A idéia de misturar o homem com nosso primo, o macaco, já foi usada. E com bons resultados. Tarzan virou uma estrela. É adorado em todo mundo, da selva ao asfalto. Arranjou uma companheira, a Chita e uma namorada, a Jane. Ou será que foi o contrário?




Como dá pra perceber, muita coisa ainda pode ser feita.




Imagine um centauro de verdade, meio homem, meio cavalo. Mulheres com a beleza das garças. Atletas com a velocidade dos leopardos. Jogadores de futebol com a destreza das focas... Não, esquece, esse já fizeram.




Se você pretende colocar minhas idéias em prática, tenha muito cuidado. Quem trabalha em laboratório sabe que a primeira regra num lugar desses é a organização. É preciso catalogar tudo direitinho e colocar o rótulo certo em cada vidro. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Se você confundir os genomas pode ter surpresas desagradáveis.




Ninguém vai querer, por exemplo, um sujeito com características do bicho-preguiça. E muito menos um cara com cheiro de gambá.




Kledir Ramil

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