quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tatuagens


Há mais ou menos uma semana que minha filha mais velha, de 17 anos, vinha falando que estava a fim de fazer uma tatuagem. Eu não tinha nada contra, até já pensei em fazer também, mas mãe é mãe, e dei a ela uns toques: não faz nada muito grande pra não se arrepender depois, pesquisa os melhores tatuadores, te informa e, principalmente, pensa bem, porque é algo que vai ficar no teu corpo pra sempre - e "pra sempre" é tempo que não acaba mais. Ela já tinha na cabeça o que queria (uma clave de sol, porque é louca por música) e o local (no pulso direito). Hoje ela decidiu e fez.



"Doeu"? Foi a primeira pergunta que fiz quando ela chegou em casa. "Demais!" foi a resposta. Ela chegou a ficar meio tonta, mas segurou bem a onda. Segundo ela, quem já teve pedra no rim agüenta qualquer dor (eu nunca tive, mas ela já). Bom, eu achei o maior barato a tatuagem dela. Ficou um pouquinho maior do que eu esperava, mas está classuda. Fiquei orgulhosa da determinação da minha filha.
Tatuagem já foi algo considerado meio marginal, hoje é raro encontrar alguém que não tenha. Tenho uma amiga que é escritora e mora em São Paulo, e a maluca tatuou as costas dela de cima a baixo com frases que ela considera marcantes. Uma doida. Mas uma doida com personalidade. Tatuagem é uma marca pessoal, uma maneira de nos diferenciarmos nesse mundo onde todos se parecem.
O que eu tatuaria em mim? Certamente, nenhum nome próprio. Nenhuma frase que pudesse ter importância hoje, mas sabe-se lá amanhã. Um namorado meu uma vez tatuou a letra do meu nome (sou um triplo M - Martha Mattos de Medeiros), mas eu fingi que não o havia levado a sério, já que o nome dele também começa com M... Mas ele foi bacana e, além do M, tatuou um livro aberto sob a letra, pra me identificar. Foi uma homenagem linda que ele me fez. Nunca vou esquecer dele nem disso.
Mas voltando a pergunta anterior: o que eu tatuaria em mim? Talvez um avião, pelo meu amor às viagens. Talvez um livro, pelo meu amor à literatura. Talvez um sol, meu astro regente. Talvez uma estrela, já que tenho uma que nunca deixa de brilhar. Talvez a letra M, que abrange tantas coisas femininas: mulher, menina, mãe, musa, moça, modelo, mistério, milagre, mais, menos, muito! M é a letra da maturidade.
Esquece. Eu tatuaria um sol.
Perguntei ainda agora pra minha filha: por que a clave?
"Porque o amor pela música é pra sempre".
Touché!



Martha Medeiros

Um comentário:

  1. Olá SÍlvia
    Venho agradecer-lhe por se tornar seguidora do meu blogue e conhecer o seu espaço. Ainda não conheço os seus outros blogues mas adoro este. Sou estudante de um curso centrado em literatura portuguesa que é um tema que adoro. Logo percebe porque fiquei presa neste cantinho. Ah! e também adoro moinhos...
    Certamente vou colher muitos ensinamentos neste seu espaço. Muito obrigada por ter dado atenção ao meu modesto cantinho.
    Beijos
    Luz

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