terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eterna tarde


A tarde vai morrer, calma como uma santa,
num êxtase de luz infinito e divino.
Há nas luzes do céu qualquer coisa que canta,
com músicas de cor, a tristeza de um hino.

Tudo, em torno de nós, se esbate e se quebranta.
Em nossos corações, como um dobre de sino,
e esperança agoniza; e a alma, triste, levanta
suas trêmulas mãos para o altar do destino.

Não é somente a tarde, a eterna moribunda,
que vai morrer, e espalha esta mágoa profunda
no nosso olhar, nas nossas mãos, na nossa voz...

É uma outra tarde — que nunca há de ser aurora
como a do céu será amanhã — que morre agora,
triste, dentro de nós...


Alceu Wamosy

Um comentário:

  1. AH! gaucha querida, cada visita sua é uma delicia e meu Blog sorri com a sua presença....

    VENHA SEMPRE..... Beijão do seu amigo Zé Carlos

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