sexta-feira, 6 de julho de 2012

Moinho




A mó da morte mói

o milho teu dourado

e deixa no farelo

um ai deteriorado.


Mói a mó, mói a morte

em seu moer parado

o que era trigo eterno

e nem sequer semeado.

 
Da morte a mó que mói

não mói todo o legado.

Fica, moendo a mó,

o vento do passado.

Carlos Drummond de Andrade

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