O perfume, o silêncio, a sombra... Os ninhos
Emudecem... E temos, sonhadores,
A humildade das ervas nos caminhos
E uma inocência de anjos entre as flores.
Mas há na tarde morna ignotos vinhos,
Secretos filtros, pérfidos vapores,
Amavios, feitiços e carinhos
Moles, quebrados e perturbadores...
E, de repente, o incêndio dos sentidos:
As mãos frias tateando na ansiedade,
As bocas que se buscam num queixume,
E o corpo, o sangue, o espírito perdidos,
E a febre, e os beijos... e a cumplicidade
Da sombra, do silêncio, do perfume...
Olavo Bilac
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