sábado, 12 de dezembro de 2009

A Concha das Horas


Leva o teu sorriso, por favor leva pra longe.
Leva o que puderes, leva as minhas dores todas.
Leva o teu olhar e leva o que mais achares
e eu acolherei, desta vez, o teu silêncio.

Guarda o teu amor, num lugar que não existe.
Deixa, eu mesma lavo o que nos sobrou de triste.
Pelo nosso quarto, pela cama no deserto
eu vou sacudir o que dizem ser adeus.

Leva teu rancor, teu espelho mais antigo.
Leva o que couber no teu corpo tão vazio.
Deixa meus escudos. Deixa, eu fugirei do frio
mesmo que viaje à neve das cordilheiras.

Mas a noite é longa, nas malas e nas tristezas.
Leva tudo agora, que a manhã não se demora.
Deixa, eu mesma espanto o que tanto ainda me cala e o teu desamor me dói mais quando nem falas.

Mas quem sabe amigo...
um dia eu te lembre
no beijo esquecido
na palma do tempo
na concha das horas.

Jaime Vaz Brasil

Um comentário:

  1. Olá Silvia
    Muito obrigada pelo comentário deixado no meu blog. Sim precisamos cuidar da natureza.
    Achei linda [a concha das horas]diferente.
    Com muito carinho BJS.

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