
As coisas que amamos,
as pessoas que amamos
são eternas até certo ponto.
Duram o infinito variável
no limite do nosso poder
de respirar a eternidade.
Pensá-las é pensar que não acabam nunca,
dar-lhes moldura de granito.
De outra matéria se tornam, absoluta,
numa outra (maior) realidade.
Começam a esmaecer quando nos cansamos,
e todos nós cansamos, por um ou outro itinerário,
de aspirar a resina do eterno.
Já não pretendemos que sejam imperecíveis.
Restituimos cada ser e coisa à condição precária,
rebaixamos o amor ao estado de inutilidade.
Do sonho de eterno fica esse gosto acre
na boca, na mente,sei lá, talvez no ar.
Carlos Drummond de Andrade
Acredito que na eternidade dos sentimentos verdadeiros, na essência permanente de todos a que amamos verdadeiramente. Grande abraço.
ResponderExcluir