
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado para mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
Já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adelia Prado
Olá querida
ResponderExcluirObrigada, bom que gostou da nova cara.
Que nossos anjos sempre estejam do nosso lado.
Com muito carinho BJS.
Sempre que leio Adélia sinto-me traduzida nos meus sentimentos femininos mais íntimos! Grande poetisa! Grande sensibilidade a sua em escolhê-la para nos presentear!
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