
Desejo de não ser um herói e nem poeta
Desejo de não ser senão feliz e calmo
Desejo da volúpias castas e sem sombra
Dos fins de jantar nas casas burguesas.
Desejo manso das moringas de água fresca
das flores eternas nos vasos verdes.
Desejo dos filhos crescendo vivos e surpreendentes
Desejos de vestidos de linho azul da esposa amada.
Oh! não as tentaculares investidas para o alto
E o tédio das cidades sacrificadas.
Desejo de integração do cotidiano.
Desejo de passar em silêncio, sem brilho
E desaparecer em Deus - com pouco sofrimento
E coma ternura dos que a vida não maltratou.
Augusto Frederico Schmidt
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